Saúde Desvendada

A termografia infravermelha médica (MIT) surge como uma ferramenta promissora e não invasiva na avaliação de alterações de temperatura na superfície da pele. Essas mudanças podem refletir processos patológicos nos tecidos subjacentes, especialmente em condições como disfunções temporomandibulares (DTMs). As DTMs, frequentemente associadas à redução da mobilidade e hiperatividade muscular, podem levar à diminuição do metabolismo tecidual e do fluxo sanguíneo, resultando em hipotermia localizada.

Um estudo recente investigou o impacto de diferentes tipos de placas oclusais no tônus muscular, utilizando uma câmera termográfica para medir as mudanças de temperatura. Os pesquisadores avaliaram os músculos masseter, supra-hioideo e esternocleidomastoideo em pacientes com DTMs após a aplicação de duas placas distintas: a placa de Michigan e a placa de reposicionamento duplo. Sessenta estudantes de odontologia diagnosticados com DTMs participaram do estudo, sendo aleatoriamente alocados em dois grupos: um tratado com a placa de Michigan e outro com a placa de reposicionamento duplo.

Os resultados revelaram que o tipo de placa oclusal influencia tanto a distribuição da temperatura quanto o tônus muscular. Notavelmente, no grupo que utilizou a placa de reposicionamento duplo, observou-se uma diminuição da temperatura em aproximadamente 0,8 °C durante o período de observação. Em contraste, no grupo da placa de Michigan, a temperatura aumentou cerca de 0,7 °C no mesmo período. Essa pesquisa sugere que o design da placa oclusal tem um impacto mensurável na distribuição da temperatura e na atividade muscular, com a placa de reposicionamento duplo mostrando-se mais eficaz na promoção do relaxamento muscular a curto prazo e, potencialmente, no alívio dos sintomas musculares ou miofasciais associados às DTMs. A termografia infravermelha, portanto, se apresenta como um método valioso para monitorar e otimizar o tratamento de condições que afetam a musculatura da face e mandíbula.

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