Saúde Desvendada

Um estudo recente investigou as diferenças e semelhanças na compreensão da linguagem entre crianças com Distúrbio do Desenvolvimento da Linguagem (DLD) e crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) acompanhado de comprometimento da linguagem (ALI). A pesquisa focou na forma como a complexidade sintática afeta a compreensão de frases passivas e perguntas ‘wh’ (quem, qual) no mandarim.

O estudo envolveu crianças falantes de mandarim divididas em três grupos: crianças com DLD, crianças com ALI e um grupo de controle de crianças com desenvolvimento típico da linguagem (TDA). Os pesquisadores utilizaram tarefas de escolha de imagens e tarefas de personagem-imagem para avaliar a compreensão das estruturas sintáticas. Os resultados revelaram que tanto o grupo DLD quanto o grupo ALI apresentaram um desempenho inferior ao grupo TDA, com padrões de respostas semelhantes em relação a erros não direcionados. Uma assimetria entre passivas curtas e longas foi observada em ambos os grupos. No entanto, a assimetria entre perguntas ‘quem’ e ‘qual’ foi identificada apenas no grupo ALI.

A principal conclusão do estudo é que a complexidade sintática impacta de maneira similar as crianças com DLD e ALI. O principal problema parece residir no estabelecimento de uma relação local entre uma frase movida e seu traço na transmissão do papel temático quando há um elemento interveniente. A pequena diferença observada entre os dois grupos sugere que, embora DLD e ALI compartilhem sintomas em comum, eles não são idênticos no que se refere ao comprometimento da linguagem. Essa diferença pode estar relacionada a problemas de referencialidade em crianças com ALI. Os resultados reforçam a importância de uma análise aprofundada das respostas não direcionadas em testes de linguagem para confirmar diagnósticos de distúrbios da linguagem e a importância de adaptar as estratégias de intervenção com base nas necessidades específicas de cada criança.

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