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Crianças com cardiopatias congênitas (CC) frequentemente apresentam um risco aumentado de atrasos no desenvolvimento neurológico. Um estudo recente investigou os resultados neurocognitivos em crianças com insuficiência cardíaca que necessitaram de transplante cardíaco (TxC) durante a infância. A pesquisa buscou entender melhor o impacto do TxC no desenvolvimento dessas crianças.

O estudo retrospectivo, realizado em um único centro, analisou dados de crianças submetidas a TxC antes dos dois anos de idade, entre 2017 e 2022. Os pesquisadores acompanharam o desenvolvimento dessas crianças, avaliando aspectos como habilidades motoras, aptidão cognitiva e desenvolvimento da linguagem. Também foram considerados a necessidade de terapias ocupacionais, físicas ou fonoaudiológicas, bem como o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Os resultados revelaram que uma alta porcentagem das crianças transplantadas apresentava atrasos no desenvolvimento neurológico. Especificamente, 93% das crianças avaliadas foram diagnosticadas com algum tipo de atraso, e 35% receberam diagnóstico de TEA. Observou-se também que crianças com CC eram mais propensas a apresentar atrasos no desenvolvimento em comparação com aquelas com cardiomiopatia. Além disso, o uso de dispositivos de assistência ventricular (DAV) como ponte para o TxC foi associado a diferenças no desenvolvimento da linguagem aos 36 meses. Os pesquisadores notaram uma tendência de declínio nos escores de testes de desenvolvimento neurológico ao longo do tempo, até os 4 anos de idade após o TxC. Este estudo destaca a importância do acompanhamento neurodesenvolvimental estruturado para crianças submetidas a transplante cardíaco nos primeiros anos de vida, visando identificar e intervir precocemente em possíveis atrasos.

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