Saúde Desvendada

A doença celíaca, uma condição autoimune crônica desencadeada pela ingestão de glúten em indivíduos geneticamente predispostos, pode levar a danos intestinais significativos. A busca por terapias complementares que auxiliem no manejo dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida desses pacientes tem ganhado destaque. Nesse contexto, o papel dos probióticos tem sido objeto de estudo, com resultados promissores.

Uma pesquisa recente avaliou os efeitos da suplementação com probióticos em comparação com placebo em indivíduos com doença celíaca. O estudo, que acompanhou 85 participantes com idade média de 40 anos, dividiu aleatoriamente os voluntários em dois grupos: um recebeu um blend probiótico contendo Bifidobacterium lactis CCT 7858 e Lactobacillus rhamnosus CCT 7863, enquanto o outro recebeu placebo. Ambos os grupos foram acompanhados por 90 dias. Os resultados indicaram que o grupo que recebeu os probióticos apresentou melhora significativa nos escores da Escala de Avaliação de Sintomas Gastrointestinais (GSRS), sugerindo um alívio dos sintomas digestivos. Adicionalmente, observou-se uma tendência a formas de fezes mais normais (tipo 4 na Escala de Bristol) no grupo probiótico.

Além dos benefícios físicos, o estudo também apontou para melhorias no bem-estar emocional e, consequentemente, na qualidade de vida dos pacientes celíacos que utilizaram os probióticos. Esses achados, medidos através de questionários específicos (CD-QOL), sugerem que a modulação da microbiota intestinal proporcionada pelos probióticos pode ter um impacto positivo não apenas no sistema digestivo, mas também no estado geral de saúde e bem-estar dos indivíduos com doença celíaca. Embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar e expandir esses resultados, o estudo oferece uma perspectiva promissora para o uso de probióticos como terapia adjuvante no tratamento da doença celíaca, auxiliando no alívio dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes.

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