Autismo: Conectividade Cerebral em Bebês Pode Revelar Risco Familiar
Um estudo recente investigou a conectividade funcional do cérebro em bebês de 24 meses, buscando identificar marcadores neurais relacionados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) e ao risco familiar da condição. A pesquisa, publicada no Journal of Neurodevelopmental Disorders, analisou a atividade cerebral de crianças com alta probabilidade familiar de TEA (irmão mais velho diagnosticado) e crianças com baixa probabilidade, utilizando ressonância magnética funcional de conectividade (fcMRI).
Os resultados apontam para uma diminuição na conectividade intra-DMN (rede de modo padrão) em bebês com alta probabilidade familiar de TEA. A DMN é uma rede de regiões cerebrais que se torna mais ativa quando o indivíduo não está focado em uma tarefa específica, estando mais relacionada ao pensamento introspectivo e à cognição social. A redução dessa conectividade intra-DMN pode ser um achado neural precoce associado à vulnerabilidade familiar ao autismo. Além disso, o estudo identificou que conexões funcionais amplamente distribuídas estão correlacionadas com o diagnóstico de TEA.
Utilizando algoritmos de aprendizado de máquina, como o SVM (Support Vector Machine), os pesquisadores conseguiram distinguir bebês com alta probabilidade familiar e diagnóstico de TEA daqueles com alta probabilidade familiar, mas sem o diagnóstico, com uma precisão notável. Essa descoberta sugere que a fcMRI pode ser uma ferramenta promissora para a identificação precoce de indivíduos em risco de desenvolver autismo, permitindo intervenções mais precoces e personalizadas. Embora mais pesquisas sejam necessárias, esses achados oferecem uma nova perspectiva sobre as bases neurais do TEA e a importância da identificação precoce para melhorar os resultados a longo prazo.
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