Parar Requer Ação: Desvendando a Neurociência do Controle Inibitório
A capacidade de interromper ações em andamento é crucial para a nossa adaptação ao ambiente e para a execução de tarefas complexas. Um novo estudo publicado no European Journal of Neuroscience investiga os mecanismos fisiológicos por trás do controle inibitório, comparando situações onde ‘parar’ exige suprimir uma ação planejada com aquelas onde exige reativar uma atividade em curso.
A pesquisa utilizou variações da tarefa ‘stop signal task’ (SST) com 20 adultos saudáveis. Os participantes precisavam cancelar a liberação de botões que estavam pressionando, em resposta a um sinal de ‘pare’. Os pesquisadores compararam essa situação com a tarefa tradicional, onde era necessário cancelar o pressionamento dos botões. A análise eletromiográfica (EMG) revelou que, quando o cancelamento da ação ocorria de forma sincronizada em ambas as mãos, a velocidade de interrupção era semelhante tanto na supressão quanto na reativação muscular.
Este resultado sugere que a inibição de resposta pode ser um mecanismo de controle mais amplo, responsável por manter um estado fisiológico corrente, em vez de apenas cancelar uma resposta voluntária específica. Em outras palavras, o cérebro pode estar focado em manter um estado de equilíbrio, seja ele de atividade ou inatividade, e a interrupção de uma ação seria apenas uma forma de preservar esse estado. Essa descoberta abre novas perspectivas para a compreensão dos processos neurais envolvidos no controle inibitório e suas implicações para diversas áreas da saúde, incluindo o tratamento de distúrbios neurológicos e psiquiátricos que afetam a capacidade de controlar impulsos e comportamentos.
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