Saúde Desvendada

A identificação e avaliação de traços autísticos em adultos têm se mostrado cada vez mais importantes, seja para fins de rastreamento pré-diagnóstico, para entender diferenças individuais ou para obter insights pessoais. Nesse contexto, um estudo recente investigou as propriedades psicométricas do Inventário Abrangente de Traços Autísticos (CATI, na sigla em inglês), uma ferramenta projetada para medir esses traços de forma eficaz e precisa.

O estudo envolveu mais de 2600 adultos, incluindo indivíduos autistas diagnosticados, autodeclarados e não autistas, além de participantes de diferentes gêneros (cisgêneros e transgêneros). Os resultados demonstraram que o CATI apresenta um bom ajuste fatorial e confiabilidade, o que significa que ele mede de forma consistente e precisa os diferentes domínios de traços autísticos que se propõe a avaliar. Além disso, a invariância de medição foi demonstrada tanto em relação ao status autístico quanto ao gênero, permitindo comparações diretas entre os escores do CATI de diferentes grupos.

Uma das descobertas mais interessantes do estudo foi a similaridade nos traços autísticos entre adultos diagnosticados e autodeclarados como autistas. Isso sugere que a autoidentificação pode ser uma forma válida de reconhecer o autismo, mesmo na ausência de um diagnóstico formal. Adicionalmente, o estudo revelou que participantes transgêneros apresentaram mais traços autísticos em comparação com seus pares cisgêneros. O CATI se mostrou uma ferramenta prática e útil para pesquisadores e clínicos, e também para a autoafirmação da identidade. O inventário avalia seis áreas importantes: Interações Sociais, Comunicação, Camuflagem Social, Comportamentos de Autorregulação, Flexibilidade Cognitiva e Sensibilidade Sensorial.

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