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A prematuridade, frequentemente associada à hipóxia e à necessidade de ventilação prolongada, pode desencadear inflamações sistêmicas e danos ao cérebro em desenvolvimento do bebê. Essas complicações aumentam o risco de distúrbios do neurodesenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Identificar precocemente os bebês em risco é fundamental para otimizar os resultados a longo prazo, permitindo intervenções o mais cedo possível.

Um estudo recente investigou a relação entre intervenções respiratórias em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e o risco de TEA. Os pesquisadores utilizaram eletroencefalografia (EEG) para avaliar a atividade cerebral dos bebês em repouso, tanto em condições sociais (colo) quanto não sociais (sem colo). Além disso, amostras de saliva foram coletadas para medir níveis de inflamação, e um novo índice, o *Prognostic Respiratory Intensity Scoring Metric (PRISM)*, foi calculado para quantificar a carga de suporte respiratório necessária. As crianças foram então acompanhadas para testes de TEA durante a primeira infância.

Os resultados mostraram que escores PRISM mais altos estavam associados a um aumento na entropia do sinal cerebral (uma medida de variabilidade da atividade cerebral) durante o estado de repouso não social. Essa associação foi mais forte em bebês do sexo feminino, onde a relação entre a entropia do sinal cerebral e os escores PRISM pareceu ser mediada por citocinas (moléculas inflamatórias). Surpreendentemente, a interação entre a entropia do sinal cerebral no estado de repouso não social, o sexo do bebê e os escores PRISM previu o risco de desenvolver TEA com uma precisão de 88%. Esses achados sugerem que medidas não invasivas e facilmente obtidas na UTIN podem auxiliar na identificação precoce de bebês com maior probabilidade de desenvolver TEA, abrindo caminho para intervenções mais oportunas e eficazes.

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