Autismo e Emoções: Empatia e Linguagem no Desenvolvimento Social
Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frequentemente enfrentam desafios significativos na compreensão das emoções. Essas dificuldades podem incluir o reconhecimento de emoções através de sinais não verbais, a interpretação dos estados afetivos e mentais de outras pessoas, e o desenvolvimento de um vocabulário emocional adequado. Entender como essas dificuldades impactam o desenvolvimento social é crucial para criar intervenções eficazes.
Uma pesquisa recente investigou a relação entre o reconhecimento de emoções e o funcionamento social em crianças autistas, com foco no papel da empatia cognitiva e da linguagem emocional. O estudo envolveu 116 crianças com TEA, com idades entre 7 e 10 anos, que foram submetidas a uma avaliação abrangente. Essa avaliação incluiu tarefas de reconhecimento de emoções multimodais, testes de empatia cognitiva e avaliação da linguagem emocional. O funcionamento social das crianças foi avaliado através de observações naturalísticas durante brincadeiras livres, complementadas por um questionário padronizado respondido pelos pais.
Os resultados da pesquisa revelaram que a empatia cognitiva desempenha um papel mediador na relação entre o reconhecimento de emoções e o funcionamento social. Em outras palavras, a capacidade de entender e compartilhar os sentimentos dos outros parece ser um fator chave para que crianças com TEA consigam traduzir o reconhecimento de emoções em interações sociais mais eficazes. Além disso, a linguagem emocional também se mostrou um fator importante, contribuindo para o desenvolvimento da empatia cognitiva e, consequentemente, para o aprimoramento do funcionamento social. Esses achados destacam a importância de intervenções que visem fortalecer a empatia cognitiva e a linguagem emocional em crianças com TEA, com o objetivo de promover uma comunicação social mais adaptativa e eficaz.
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