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A Síndrome do X Frágil (SXF), principal causa genética de deficiência intelectual e transtorno do espectro autista (TEA), decorre do silenciamento do gene FMR1, resultando na perda da Proteína Ribonucleoproteica Mensageira X Frágil (FMRP). A ausência de FMRP afeta o desenvolvimento neural, ocasionando déficits comportamentais e motores, frequentemente associados a disfunções no corpo estriado, uma região do cérebro crucial para o controle motor e aprendizado.

Um estudo recente investigou o desenvolvimento dos neurônios de projeção estriatal (SPNs) em camundongos com Fmr1 inativado, um modelo animal para a SXF. A pesquisa revelou que, durante o desenvolvimento pós-natal, esses neurônios apresentam propriedades sinápticas e intrínsecas normais, indicando uma maturação típica. No entanto, por volta do 60º dia após o nascimento (P60), os SPNs desses camundongos exibem hiperexcitabilidade acentuada, caracterizada por aumento da resistência da membrana, redução do limiar de disparo (rheobase) e cinética mais lenta do potencial de ação. Essas alterações afetam tanto os SPNs que expressam o receptor de dopamina D1 (D1-SPNs) quanto aqueles que expressam o receptor D2 (D2-SPNs), embora algumas dinâmicas do potencial de ação sejam seletivamente comprometidas nos D1-SPNs.

É interessante notar que o tratamento crônico com aripiprazol, uma terapia comumente prescrita para aliviar os sintomas relacionados à SXF, não conseguiu normalizar a excitabilidade dos SPNs. Esse achado sugere que a eficácia do aripiprazol em abordar a disfunção central dos SPNs pode ser limitada. As descobertas do estudo revelam uma hiperexcitabilidade de início tardio nos SPNs do corpo estriado de camundongos com deficiência de Fmr1, o que implica uma progressiva ocorrência de anormalidades neuronais no corpo estriado ao longo do desenvolvimento. Tais resultados reforçam a importância do momento do desenvolvimento na fisiopatologia da SXF e ressaltam a necessidade de intervenções direcionadas para tratar a disfunção do circuito estriatal.

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