Saúde Desvendada

O treinamento de ciclismo com restrição de fluxo sanguíneo (BFR, do inglês Blood Flow Restriction) tem ganhado popularidade como uma forma de otimizar os resultados do exercício. Um estudo recente investigou como diferentes métodos de prescrição de intensidade – baseados em potência fixa versus percepção de esforço – afetam as respostas fisiológicas e a tolerância ao exercício em adultos jovens e saudáveis.

A pesquisa envolveu a comparação de quatro condições: ciclismo com potência fixa sem BFR (CON_PWR), ciclismo com potência fixa com BFR (BFR_PWR), ciclismo com percepção de esforço regulada sem BFR (CON_RPE) e ciclismo com percepção de esforço regulada com BFR (BFR_RPE). Os participantes pedalaram por 10 minutos, e as medidas fisiológicas (consumo de oxigênio, frequência cardíaca, lactato sanguíneo) e perceptivas (esforço percebido, desconforto muscular, dor da braçadeira) foram monitoradas.

Os resultados indicaram que o ciclismo BFR com potência fixa (BFR_PWR) impôs maior estresse fisiológico e desconforto em comparação com as outras condições. Surpreendentemente, o ciclismo BFR com percepção de esforço regulada (BFR_RPE) apresentou um consumo de oxigênio e frequência cardíaca mais baixos em relação ao ciclismo com potência fixa (CON_PWR). A concentração de lactato sanguíneo foi semelhante entre CON_PWR, CON_RPE e BFR_RPE, mas maior durante os testes de potência fixa em comparação com os testes de RPE fixa. A percepção de desconforto muscular foi semelhante entre BFR_RPE e CON_PWR, mas maior em comparação com CON_RPE. A dor da braçadeira foi maior durante BFR_PWR em comparação com BFR_RPE. O estudo conclui que, embora o ciclismo BFR com potência fixa aumente o estresse fisiológico, o desconforto e a dor associados podem limitar sua aplicação em adultos saudáveis. A abordagem baseada na percepção de esforço (RPE) parece equilibrar as demandas fisiológicas e perceptivas, apresentando-se como uma alternativa viável quando a abordagem de potência fixa não é tolerada.

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