Saúde Desvendada

Pesquisadores investigaram, pela primeira vez, as características do córtex cingulado anterior (ACC) em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), comparando-o com indivíduos neurotípicos. O foco do estudo foi o padrão de sulcos, as dobras presentes no córtex cerebral, especificamente no ACC, uma região cerebral associada a funções como tomada de decisão, regulação emocional e cognição social. Estudos anteriores já haviam apontado diferenças focais no córtex cerebral de pessoas com TEA, especialmente nos sulcos de áreas corticais de associação de alto nível.

O estudo analisou dados de neuroimagem de 50 participantes neurotípicos e 50 participantes com TEA, todos com menos de 20 anos e do sexo masculino. Através de ressonância magnética, os pesquisadores identificaram e analisaram o sulco paracingulado (PCGS), uma característica marcante do ACC que nem sempre está presente. Avaliaram a presença do PCGS em ambos os hemisférios cerebrais, a simetria entre eles e características morfológicas como comprimento, profundidade e espessura cortical. A análise revelou que participantes neurotípicos apresentavam maior probabilidade de ter padrões assimétricos de PCGS em comparação com participantes com TEA.

Essa descoberta sugere que pode haver variações no neurodesenvolvimento pré-natal do ACC em jovens do sexo masculino com TEA. A assimetria reduzida na presença do PCGS pode indicar diferenças focais no desenvolvimento cerebral. Embora as características morfológicas quantitativas do PCGS não tenham apresentado diferenças significativas entre os grupos, a variação no padrão de PCGS levanta questões sobre o papel dessa diferença na patogênese do TEA. O estudo contribui para o crescente corpo de evidências que apontam para variações no padrão de PCGS como um possível marcador transdiagnóstico para diversas condições psiquiátricas, ressaltando a importância de futuras pesquisas para elucidar o significado dessas alterações no contexto do TEA e de outros transtornos mentais.

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