Esquizofrenia: Sintomas Extrapiramidais como Previsores de Prognóstico Desfavorável
Sintomas extrapiramidais (SEP), que afetam o controle motor e podem causar movimentos involuntários, rigidez e tremores, podem surgir como uma característica primária em pacientes que vivenciam o primeiro episódio de psicose, mesmo com pouca ou nenhuma exposição a antipsicóticos. Um estudo recente investigou a prevalência desses sintomas em indivíduos com transtornos do espectro da esquizofrenia em fase inicial, buscando entender sua relação com características demográficas e clínicas, e como se associam aos resultados clínicos a longo prazo.
A pesquisa, parte do ensaio OPTiMiSE, analisou dados de 481 participantes com transtornos do espectro da esquizofrenia em primeiro episódio, com idades entre 18 e 40 anos. A presença de SEP foi avaliada através de uma escala neurológica específica, e os pesquisadores compararam grupos com e sem SEP no início do estudo, analisando diversos fatores como sintomas depressivos, ideação suicida, bem-estar subjetivo e funcionalidade. Os resultados revelaram que 30% dos participantes apresentavam SEP no início do estudo, sendo a prevalência maior em mulheres. Surpreendentemente, não houve diferença significativa entre aqueles que nunca haviam usado antipsicóticos e aqueles com exposição mínima a esses medicamentos.
Um dos achados mais relevantes foi a associação entre a presença de SEP no início do quadro e um prognóstico clínico menos favorável. Pacientes com SEP exibiram taxas mais elevadas de sintomas depressivos e ideação suicida no início do estudo. Além disso, modelos ajustados mostraram uma ligação entre a presença de SEP e a gravidade dos sintomas depressivos, positivos, negativos e gerais da esquizofrenia, bem como um aumento na ideação suicida e uma piora no bem-estar subjetivo e funcionalidade durante o acompanhamento. Esses resultados sugerem que os SEP podem ser um marcador precoce de um subgrupo de pacientes com esquizofrenia que apresentam um curso da doença mais desafiador, abrindo caminho para intervenções terapêuticas mais direcionadas e personalizadas.
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