Rara Conexão: Catatonia e Síndrome de Dravet Apresentada em Novo Estudo
A catatonia, uma síndrome neurocomportamental e motora, é conhecida por ocorrer em pessoas com epilepsia (PCE). No entanto, sua manifestação em indivíduos com epilepsias genéticas e de desenvolvimento, como a Síndrome de Dravet, é raramente documentada. Um novo relato de caso detalha a ocorrência de catatonia em um jovem adulto com Síndrome de Dravet após uma melhora no controle das crises epilépticas, levantando questões importantes sobre os mecanismos subjacentes.
O estudo descreve um paciente de 18 anos com Síndrome de Dravet que experimentou uma redução significativa na frequência de suas crises após a introdução de zonisamida em seu regime de tratamento. Surpreendentemente, dentro de duas semanas, o paciente desenvolveu características catatônicas, incluindo mutismo (incapacidade de falar), catalepsia (rigidez muscular e postura incomum) e retardo psicomotor (lentidão dos processos mentais e movimentos). As pontuações na Escala de Avaliação de Catatonia de Bush Francis (BFCRS) variaram de 17 a 22, indicando uma condição catatônica significativa. A melhora da catatonia foi observada com o uso de lorazepam, embora a frequência das crises tenha aumentado após a redução gradual da zonisamida.
Os pesquisadores exploram a possibilidade de “normalização forçada” (FN) como um mecanismo mediador potencial. A FN é uma hipótese que sugere que a supressão de crises epilépticas pode, em alguns casos raros, levar ao surgimento de sintomas psiquiátricos ou comportamentais. Embora um eletroencefalograma (EEG) não tenha sido realizado no momento do início dos sintomas, o que limitou a capacidade de diagnosticar definitivamente a FN, os critérios clínicos foram parcialmente atendidos, e a relação temporal entre a iniciação da zonisamida e o surgimento da catatonia apoia essa consideração. Além disso, a possibilidade de um estado de mal epiléptico não convulsivo (NCSE) como causa da catatonia não pode ser descartada, especialmente em pacientes com encefalopatias de desenvolvimento. Este caso ressalta a complexa interação entre o controle de crises, o desenvolvimento de catatonia e as potenciais implicações da normalização forçada, incentivando mais pesquisas para elucidar a relação entre catatonia e epilepsia.
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