Sinestesia e Saúde Mental: Uma Ligação Genética?
A sinestesia, um fenômeno sensorial intrigante onde estímulos como letras ou sabores desencadeiam sensações adicionais, como cores, tem despertado interesse na área da saúde. Estudos recentes indicam que a sinestesia é mais prevalente em indivíduos dentro do espectro autista, levantando questões sobre sua possível associação com outras condições neurodesenvolvimentais e psiquiátricas.
Uma pesquisa envolvendo gêmeos de 18 anos investigou a relação entre a sinestesia autorrelatada e traços neurodesenvolvimentais/psiquiátricos. Os resultados revelaram uma correlação positiva entre a sinestesia e características ligadas ao autismo, TDAH, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), ansiedade, depressão, experiências psicóticas, distúrbios alimentares e (hipo)mania. A associação mais forte foi observada com características obsessivo-compulsivas, sugerindo uma possível sobreposição entre os mecanismos subjacentes.
O estudo também explorou a influência de fatores genéticos e ambientais nessas associações. Surpreendentemente, a genética parece desempenhar um papel predominante, explicando mais de 50% da maioria das correlações observadas. Fatores ambientais não compartilhados por gêmeos também contribuem, enquanto a influência de fatores ambientais compartilhados parece ser mínima. Esses achados indicam que a sinestesia pode compartilhar causas genéticas com diversas condições neurodesenvolvimentais e psiquiátricas, abrindo novas avenidas para a pesquisa e compreensão da saúde mental.
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