Transtornos alimentares, como anorexia nervosa, bulimia nervosa e outros distúrbios alimentares (OED), são condições complexas que resultam da interação entre fatores genéticos e ambientais. Uma pesquisa abrangente em nível populacional, conduzida em dois países, Dinamarca e Suécia, revelou estimativas importantes sobre a hereditariedade dessas condições e suas relações genéticas com outros transtornos de saúde mental e doenças cardiometabólicas (DCMs).
O estudo analisou dados de mais de 67.000 indivíduos diagnosticados com transtornos alimentares, incluindo seus parentes de primeiro grau, utilizando registros nacionais que abrangem o período de 1972 a 2016. Os resultados indicaram que a hereditariedade dos transtornos alimentares é moderada: 36% para anorexia nervosa, 39% para bulimia nervosa e 30% para outros transtornos alimentares. Além disso, a pesquisa identificou correlações genéticas significativas entre a anorexia nervosa e o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), bem como correlações moderadas com outras condições de saúde mental, como o autismo.
Uma descoberta notável foi a identificação de associações genéticas entre transtornos alimentares e doenças cardiometabólicas. Essa conexão foi consistentemente replicada em ambos os países estudados, reforçando a ideia de que esses distúrbios compartilham uma base genética comum. Esses achados destacam a importância dos fatores genéticos na etiologia dos transtornos alimentares e a sua intrincada relação com outras condições de saúde mental e DCMs, o que pode influenciar o desenvolvimento de abordagens de tratamento mais integradas e eficazes. Compreender essas relações genéticas pode abrir novas portas para a prevenção e o tratamento personalizado dessas complexas condições de saúde.
Origem: Link