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COVID-19 Longa: Quais as Sequelas Respiratórias e Funcionais Mais Comuns?

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A COVID-19 não acabou quando a fase aguda da doença termina. Muitas pessoas, mesmo após a alta hospitalar, continuam a lidar com as chamadas sequelas da COVID-19 longa, um conjunto de sintomas persistentes que afetam a qualidade de vida e a capacidade funcional. Se você ou alguém que você conhece passou por isso, entender o que esperar e como se recuperar é fundamental.

O Que é a COVID-19 Longa?

A COVID-19 longa, também conhecida como síndrome pós-COVID-19 aguda, engloba uma variedade de sintomas que se manifestam após a infecção inicial pelo SARS-CoV-2. De acordo com estudos, esses sintomas podem persistir por meses, afetando diversos sistemas do corpo, incluindo o respiratório e o muscular. É importante ressaltar que a COVID-19 longa não é simplesmente um resfriado persistente; é uma condição complexa que requer atenção e acompanhamento médico.

Sequelas Respiratórias Comuns

Um dos principais alvos da COVID-19 é o sistema respiratório. As sequelas respiratórias mais comuns incluem:

  • Dispneia (Falta de Ar): A sensação de falta de ar é um sintoma relatado por muitos pacientes, mesmo após a recuperação inicial.
  • Redução da Capacidade Vital Forçada (CVF): A CVF mede a quantidade máxima de ar que uma pessoa consegue expirar após uma inspiração completa. A COVID-19 pode reduzir essa capacidade, dificultando a respiração profunda.
  • Diminuição da Pressão Inspiratória Máxima (PIM): A PIM avalia a força dos músculos inspiratórios. A fraqueza desses músculos pode levar à dificuldade em respirar com força.

Impacto na Capacidade Funcional

Além das sequelas respiratórias, a COVID-19 longa pode impactar significativamente a capacidade funcional, ou seja, a habilidade de realizar atividades do dia a dia. As principais manifestações incluem:

  • Fadiga: Um cansaço extremo e persistente que não melhora com o repouso.
  • Redução da Tolerância ao Exercício: Dificuldade em realizar atividades físicas que antes eram fáceis.
  • Diminuição da Força Muscular Periférica: Fraqueza nos músculos dos braços e pernas, afetando a capacidade de levantar objetos ou caminhar.
  • Sedentarismo: A combinação de fadiga e dificuldade em realizar atividades físicas pode levar a um estilo de vida sedentário, o que pode agravar ainda mais as sequelas.

O Que Dizem os Estudos?

Um estudo recente publicado no periódico “Jornal Brasileiro de Pneumologia” avaliou pacientes pós-hospitalização por COVID-19 em diferentes momentos: 15, 90 e 180 dias após a alta. Os resultados revelaram que muitos pacientes continuavam a apresentar dispneia, redução da CVF, PIM, capacidade funcional e força muscular periférica, mesmo após seis meses. Em outras palavras, a COVID-19 longa não é um problema passageiro para muitos.

Os pesquisadores utilizaram diversos testes para avaliar os pacientes, como a espirometria (para medir a CVF), o teste de força de preensão manual e o teste de senta e levanta de 30 segundos (TSL30) para avaliar a força muscular. A escala de dispneia mMRC foi utilizada para quantificar a falta de ar.

Os resultados demonstraram que, embora houvesse alguma melhora ao longo do tempo, muitos pacientes ainda apresentavam níveis abaixo do ideal em todos os parâmetros avaliados. Isso reforça a importância do acompanhamento médico e da reabilitação pulmonar para ajudar os pacientes a se recuperarem completamente.

Reabilitação e Tratamento

A boa notícia é que existem estratégias para lidar com a COVID-19 longa. A reabilitação pulmonar, que inclui exercícios respiratórios, fortalecimento muscular e condicionamento físico, pode ser muito eficaz para melhorar a capacidade respiratória e a funcionalidade. Além disso, o acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a evolução dos sintomas e ajustar o tratamento conforme necessário.

É importante também considerar o impacto psicológico da COVID-19 longa. A fadiga, a falta de ar e a dificuldade em realizar atividades cotidianas podem levar à ansiedade, depressão e isolamento social. O apoio psicológico, seja por meio de terapia individual ou em grupo, pode ser fundamental para ajudar os pacientes a lidarem com esses desafios.

Prevenção: A Melhor Abordagem

Embora o tratamento e a reabilitação sejam importantes, a melhor abordagem para lidar com a COVID-19 longa é a prevenção. A vacinação continua sendo a ferramenta mais eficaz para prevenir a infecção e reduzir a gravidade da doença. Além disso, medidas de higiene, como lavar as mãos regularmente e usar máscara em ambientes fechados, podem ajudar a reduzir o risco de contágio.

Conclusão

A COVID-19 longa é uma realidade para muitas pessoas, e suas sequelas respiratórias e funcionais podem ter um impacto significativo na qualidade de vida. Se você está lidando com esses sintomas, saiba que você não está sozinho. Procure ajuda médica, siga as orientações de reabilitação e busque apoio psicológico se necessário. A recuperação pode levar tempo, mas com o tratamento adequado e a persistência, é possível recuperar a saúde e a qualidade de vida.


Fonte original: https://www.scielo.br/j/fm/a/cBxDNmmH6mFYXj5XmpTxqRD/?lang=en

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