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Um estudo recente lança luz sobre a intrincada relação entre o desenvolvimento cerebral e as habilidades de linguagem em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa, publicada no Journal of Neuroimaging, foca no fascículo longitudinal médio (MdLF), uma estrutura de matéria branca no cérebro que desempenha um papel crucial na linguagem. Os resultados sugerem que um desenvolvimento atípico do MdLF pode estar ligado a dificuldades de linguagem em crianças com TEA.

Para investigar essa conexão, os pesquisadores utilizaram uma técnica avançada de ressonância magnética (RM) que corrige a presença de água livre nos tecidos cerebrais, permitindo uma análise mais precisa da microestrutura do MdLF. O estudo envolveu 57 crianças com TEA e 37 crianças com desenvolvimento típico, com idades entre 4 e 9 anos. A avaliação da linguagem foi realizada através da subescala de linguagem do Autism Behavior Checklist. Os resultados revelaram que, em crianças com TEA, o desenvolvimento do MdLF difere significativamente daquele observado em crianças com desenvolvimento típico. Especificamente, foram encontradas diferenças na anisotropia fracional do tecido (FAt) e na difusividade axial do tecido (ADt), medidas que refletem a integridade microestrutural do MdLF.

Além disso, o estudo identificou uma correlação entre a integridade microestrutural do MdLF e as habilidades de linguagem em crianças com TEA. Observou-se que uma menor FAt e ADt no MdLF estavam associadas a um maior comprometimento da linguagem. Esses achados reforçam a importância do MdLF no desenvolvimento da linguagem e sugerem que intervenções precoces focadas no neurodesenvolvimento podem ser benéficas para crianças com TEA que apresentam dificuldades de linguagem. A pesquisa destaca a necessidade de avaliações neurodesenvolvimentais precoces para identificar e abordar potenciais problemas de linguagem em crianças com TEA, abrindo caminhos para estratégias de intervenção mais eficazes e personalizadas. O estudo, portanto, contribui significativamente para a compreensão da base neural das dificuldades de linguagem no autismo, enfatizando o papel do MdLF e a importância de intervenções neurodesenvolvimentais precoces.

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