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Terapia Ocupacional e COVID-19 em Idosos Hospitalizados: Um Olhar Essencial

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A pandemia de COVID-19 impactou drasticamente a vida de todos, mas os idosos, especialmente aqueles hospitalizados, enfrentaram desafios únicos. Em um estudo conduzido no Chile, entre 2020 e 2022, pesquisadores investigaram as estratégias de intervenção aplicadas por terapeutas ocupacionais para ajudar pacientes idosos durante esse período crítico. Vamos explorar o que foi descoberto e como a terapia ocupacional desempenhou um papel vital nesse cenário.

O Envelhecimento e a Vulnerabilidade Ampliada pela COVID-19

A população idosa está crescendo em todo o mundo. No Chile, por exemplo, uma parcela significativa da população é composta por idosos, e esse número continua a aumentar. Com o envelhecimento, surgem mudanças físicas e riscos associados à hospitalização, como a diminuição da força muscular e da densidade óssea, além de perda sensorial. A COVID-19, com sua alta taxa de hospitalização e mortalidade entre os idosos, exacerbou esses desafios, tornando o suporte interdisciplinar, incluindo a terapia ocupacional, ainda mais essencial.

Terapia Ocupacional: Mais do que Apenas Atividades

A terapia ocupacional vai muito além de simplesmente ocupar o tempo dos pacientes. Ela visa promover a saúde e o bem-estar por meio da participação em atividades significativas. Em um contexto de hospitalização por COVID-19, isso significa ajudar os pacientes idosos a manterem sua independência, autonomia e qualidade de vida, apesar das limitações impostas pela doença.

As Estratégias dos Terapeutas Ocupacionais em Ação

O estudo revelou uma variedade de estratégias utilizadas pelos terapeutas ocupacionais para auxiliar os idosos hospitalizados com COVID-19. Entre elas, destacam-se:

  • Estimulação Polissensorial: Envolver os sentidos para melhorar a consciência, a atenção e o humor dos pacientes. Isso pode incluir o uso de música suave, aromas agradáveis, texturas interessantes e imagens relaxantes.
  • Mobilização Precoce: Incentivar os pacientes a se movimentarem o mais cedo possível para prevenir a perda de força muscular, melhorar a circulação e reduzir o risco de complicações.
  • Estimulação Cognitiva: Exercícios e atividades que visam manter ou melhorar as funções cognitivas, como memória, atenção e raciocínio. Isso pode incluir jogos, quebra-cabeças e conversas estimulantes.
  • Manejo Ambiental: Adaptar o ambiente hospitalar para torná-lo mais seguro, confortável e estimulante para os pacientes. Isso pode incluir a organização do espaço, a iluminação adequada e o uso de recursos visuais.
  • Posicionamento: Garantir que os pacientes estejam posicionados corretamente para prevenir úlceras de pressão, melhorar a respiração e facilitar a participação em atividades.
  • Comunicação à Distância: Utilizar a tecnologia para manter os pacientes conectados com seus familiares e amigos, combatendo o isolamento e promovendo o bem-estar emocional.
  • Abordagem de Atividades da Vida Diária (AVDs): Auxiliar os pacientes a realizarem tarefas básicas do dia a dia, como tomar banho, se vestir e se alimentar, promovendo a independência e a autoestima.
  • Ajudas Técnicas: Fornecer dispositivos e equipamentos que facilitem a realização das AVDs, como barras de apoio, cadeiras de banho e talheres adaptados.
  • Manejo Não Farmacológico da Dor: Utilizar técnicas alternativas para aliviar a dor, como massagem, calor, frio e técnicas de relaxamento.
  • Protocolo do Sono: Implementar estratégias para melhorar a qualidade do sono dos pacientes, como a criação de um ambiente tranquilo e escuro, a restrição do uso de eletrônicos antes de dormir e a prática de técnicas de relaxamento.
  • Prevenção e Manejo Não Farmacológico do Delirium: Implementar medidas para prevenir e tratar o delirium, um estado de confusão mental comum em pacientes hospitalizados, como a orientação constante, a estimulação cognitiva e a mobilização precoce.

O Poder da Equipe Interdisciplinar

O estudo também enfatizou a importância do trabalho em equipe. A colaboração entre terapeutas ocupacionais, médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde foi fundamental para o sucesso das intervenções. Essa abordagem interdisciplinar permitiu que as necessidades dos pacientes fossem atendidas de forma abrangente e coordenada.

Os Desafios e o Impacto na Saúde Mental dos Profissionais

A pandemia impôs uma grande carga de trabalho aos profissionais de saúde, incluindo os terapeutas ocupacionais. O estudo mencionou que o intenso ritmo de trabalho e a pressão emocional afetaram a saúde mental dos profissionais, destacando a necessidade de apoio e recursos para garantir o bem-estar de quem cuida.

Lições Aprendidas e o Caminho a Seguir

A experiência da pandemia de COVID-19 nos ensinou a importância da terapia ocupacional no cuidado de idosos hospitalizados. As estratégias utilizadas pelos terapeutas ocupacionais ajudaram a melhorar a qualidade de vida, a autonomia e o bem-estar dos pacientes, além de reduzir o risco de complicações. É fundamental que essas estratégias sejam reconhecidas e valorizadas, e que os terapeutas ocupacionais recebam o apoio e os recursos necessários para continuarem desempenhando seu papel vital na saúde e no bem-estar da população idosa.

A Terapia Ocupacional é essencial para manter a autonomia e bem-estar, de forma multidisciplinar, principalmente para idosos hospitalizados. Priorizar a saúde mental dos terapeutas é crucial para a continuidade do cuidado.


Categorias: Saúde do Idoso, Terapia Ocupacional, COVID-19, Reabilitação, Bem-Estar

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