A reabilitação cardíaca (RC) representa um programa abrangente e multidisciplinar, crucial para pacientes com doenças cardiovasculares. Originalmente focada na mobilização pós-infarto do miocárdio, a RC evoluiu para abordar a saúde cardiovascular de forma holística, visando reduzir a morbidade e melhorar a recuperação funcional. Atualmente, a RC abrange desde a otimização de exercícios e estilo de vida até a coordenação de cuidados, modificação de fatores de risco e gestão do estresse.
Embora os pacientes contemporâneos de RC geralmente apresentem maior estabilidade cardiovascular, suas necessidades se tornaram mais complexas. Muitos enfrentam desafios como multimorbidade, fragilidade, sarcopenia, limitações sensoriais e comprometimento cognitivo, especialmente entre os idosos. A RC oferece uma oportunidade valiosa para abordar esses riscos agregados, atuando nos mecanismos fisiológicos subjacentes à intolerância ao exercício, como as disfunções no débito cardíaco, na função vascular e no metabolismo do músculo esquelético.
Apesar de seus benefícios comprovados, a RC continua subutilizada, particularmente entre idosos, mulheres e pessoas com dificuldades cognitivas, fragilidade ou barreiras logísticas e sociais. No entanto, estratégias emergentes, como modelos de RC domiciliar e híbridos, treinamento de resistência e tecnologias de saúde digital, estão ampliando o acesso e a eficácia da reabilitação. A pesquisa futura se concentrará em estratégias personalizadas, adaptadas às necessidades das populações de pacientes contemporâneas, incluindo otimização de prescrições de exercícios e o uso de adjuvantes farmacológicos, nutricionais e tecnológicos para maximizar o impacto da RC na independência e qualidade de vida dos pacientes.
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