A estimulação da medula espinhal (EME), também conhecida como estimulação de coluna, é um tratamento utilizado para o controle da dor crônica, especialmente em casos de dor neuropática, síndrome da dor regional complexa e dores nas costas persistentes após cirurgias. Embora seja considerada uma técnica segura, como qualquer procedimento médico, a EME não está isenta de possíveis complicações. Um estudo de caso recente lança luz sobre uma complicação rara, porém significativa: o desenvolvimento de dor peniana com alodinia após a implantação do dispositivo.
O caso em questão envolve um paciente de 53 anos que, após a implantação de um estimulador medular para aliviar dores crônicas nas costas e nas pernas, passou a experimentar dor peniana persistente. A alodinia, caracterizada pela dor causada por estímulos que normalmente não são dolorosos (como o toque leve), intensificou o desconforto do paciente. As avaliações dermatológicas e urológicas não revelaram causas óbvias, e os tratamentos medicamentosos convencionais mostraram-se ineficazes. A dor persistiu independentemente da ativação do estimulador, impactando negativamente a qualidade de vida do paciente.
Diante da persistência dos sintomas e da ausência de outras soluções, a remoção do estimulador medular foi considerada a melhor opção. Após a explantação do dispositivo, o desconforto peniano desapareceu imediatamente, sugerindo uma forte relação entre o estimulador e a dor. Este caso destaca a importância de estar atento a possíveis complicações incomuns associadas à estimulação da medula espinhal e reforça a necessidade de uma avaliação completa e individualizada para cada paciente. Embora rara, a dor peniana com alodinia deve ser considerada como um possível efeito colateral, e a explantação do dispositivo pode ser a única solução eficaz em alguns casos.
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