O estigma enfrentado por pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma realidade desafiadora e multifacetada. Um estudo recente realizado em Hanoi, no Vietnã, investigou os fatores associados a esse estigma, identificando elementos cruciais que afetam o bem-estar dessas famílias. A pesquisa, que envolveu 846 pais, analisou três tipos de estigma: o percebido (crença sobre atitudes negativas da sociedade), o autoestigma (internalização de crenças negativas) e o estigma sofrido (experiências de discriminação).
Os resultados revelaram que tanto fatores relacionados aos pais quanto aos filhos influenciam a experiência do estigma. Entre os pais, a qualidade do sono e o estado civil demonstraram uma ligação significativa com todos os três tipos de estigma. A idade e a situação econômica dos pais também apresentaram impacto, embora em um ou dois tipos de estigma. Já em relação às crianças, a idade, o tempo de diagnóstico do autismo e o nível de comprometimento estavam associados a todos os três tipos de estigma. Outros fatores como plano de saúde, escolaridade e gênero da criança foram ligados a um ou dois tipos.
Além disso, o estudo destacou a importância de comportamentos de sofrimento, suporte social e, especialmente, a sobrecarga do cuidador como preditores significativos do estigma. A sobrecarga do cuidador, em particular, emergiu como o fator mais forte associado ao estigma enfrentado pelos pais. Esses achados ressaltam a necessidade de intervenções e suporte direcionados para reduzir o estigma e melhorar a qualidade de vida das famílias de crianças com TEA. Profissionais de saúde podem utilizar esses dados para identificar populações de risco e oferecer cuidados personalizados e intervenções precoces, minimizando assim o impacto negativo do estigma.
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