A busca por fatores que possam influenciar o desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é constante, dada a sua complexidade e origem multifatorial. Estudos têm investigado diversas condições durante a gravidez que poderiam estar associadas ao TEA, incluindo a pré-eclâmpsia, uma complicação grave caracterizada pelo aumento da pressão arterial e presença de proteína na urina durante a gestação.
Uma pesquisa recente se dedicou a examinar a possível ligação entre a pré-eclâmpsia materna e o desenvolvimento de TEA na infância. O estudo, conduzido com uma vasta amostra de mais de 115 mil parturientes, analisou a incidência de TEA em crianças cujas mães apresentaram diferentes graus de severidade de pré-eclâmpsia. Embora a prevalência de TEA tenha se mostrado ligeiramente superior no grupo de mães com pré-eclâmpsia em comparação com aquelas sem a condição, a análise estatística mais aprofundada revelou que essa associação não se manteve significativa após o ajuste para outros fatores de risco relevantes.
Os resultados dessa pesquisa sugerem que, apesar da pré-eclâmpsia estar associada a outros desfechos adversos na gravidez, como restrição do crescimento fetal e parto prematuro, ela não parece desempenhar um papel causal no desenvolvimento de TEA. É importante ressaltar que o TEA é uma condição complexa, influenciada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais, e que mais pesquisas são necessárias para elucidar completamente as suas causas. Este estudo contribui para o corpo de evidências, descartando a pré-eclâmpsia como um fator de risco independente para o TEA.
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