A espectroscopia funcional no infravermelho próximo (fNIRS) surge como uma técnica promissora e não invasiva para o estudo de distúrbios do desenvolvimento em crianças. Essa tecnologia inovadora permite monitorar a atividade cerebral através da detecção de mudanças nos níveis de oxigênio no sangue, oferecendo uma janela para entender melhor o funcionamento do cérebro infantil.
A fNIRS se destaca por sua portabilidade e adaptabilidade, tornando-a ideal para uso em ambientes naturais e com crianças pequenas. Ao contrário de outros métodos de imagem cerebral, como a ressonância magnética, a fNIRS não exige que a criança permaneça imóvel em um ambiente barulhento e restritivo. Isso permite que os pesquisadores observem a atividade cerebral em situações mais realistas, como durante brincadeiras ou interações sociais. A técnica mede as concentrações relativas de oxihemoglobina (HbO2) e desoxihemoglobina (HbR), que refletem a ativação cortical, fornecendo dados valiosos sobre o funcionamento cerebral em tempo real.
Estudos recentes utilizando fNIRS têm demonstrado padrões distintos de atividade cerebral associados a diferentes distúrbios do desenvolvimento, como o transtorno do espectro autista (TEA) e o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). No TEA, por exemplo, a fNIRS revelou padrões atípicos de ativação em áreas do cérebro relacionadas à interação social. Já no TDAH, observou-se uma menor ativação no córtex pré-frontal, região responsável pelo controle da atenção e impulsividade. Essas descobertas não apenas aprofundam nossa compreensão das bases neurofisiológicas desses transtornos, mas também abrem caminho para o desenvolvimento de novas abordagens de diagnóstico e tratamento. A fNIRS tem o potencial de se tornar uma ferramenta valiosa para a identificação precoce e o acompanhamento do progresso terapêutico em crianças com distúrbios do desenvolvimento, revolucionando a forma como abordamos essas condições complexas.
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