Você já parou para pensar como a universidade, um espaço de aprendizado e crescimento, pode também reproduzir desigualdades e opressões presentes na sociedade? A estrutura tradicional do ensino superior, muitas vezes, perpetua uma visão de mundo eurocêntrica e desconsidera outras formas de conhecimento e experiência. Mas, e se a gente pudesse “descolonizar” a universidade, promovendo um ambiente mais inclusivo, diverso e que valorize a saúde mental de todos?
É sobre isso que vamos conversar hoje, inspirados em um estudo fascinante sobre práticas decoloniais na terapia ocupacional, realizado na Universidade de Santiago do Chile. Vamos explorar como a terapia ocupacional, quando aplicada de forma crítica e consciente, pode ser uma ferramenta poderosa para transformar a experiência universitária e promover o bem-estar dos estudantes.
## A Universidade como Reflexo da Sociedade: Desafios e Oportunidades
A universidade não é uma ilha. Ela reflete as dinâmicas de poder e as desigualdades presentes na sociedade. A forma como o conhecimento é produzido e transmitido, as relações entre professores e alunos, e até mesmo o currículo dos cursos podem reproduzir padrões de dominação e exclusão.
O estudo chileno nos convida a questionar essas práticas e a repensar o papel da universidade na formação de cidadãos críticos e engajados. A ideia central é desconstruir a “racionalidade moderno-colonial” que muitas vezes permeia o ambiente acadêmico, e que impõe uma visão de mundo única e hierarquizada.
## Terapia Ocupacional: Uma Ferramenta para a Mudança
A terapia ocupacional, tradicionalmente vista como uma profissão voltada para a reabilitação física e mental, pode ter um papel muito mais amplo na universidade. Ao focar nas atividades cotidianas e nas relações sociais, a terapia ocupacional pode ajudar a identificar e transformar as práticas que geram mal-estar e exclusão.
Um dos exemplos práticos dessa abordagem é a criação de programas de apoio psicossocial dentro da universidade. Esses programas, como o PAPsi (Programa de Apoyo Psicosocial) da Universidade de Santiago do Chile, oferecem um espaço seguro para que os estudantes possam compartilhar suas dificuldades, trocar experiências e construir estratégias coletivas para lidar com os desafios da vida universitária.
## Humanização e Decolonização: Construindo um Novo Modelo
A chave para uma universidade mais inclusiva e saudável está na humanização e na decolonização das relações. Isso significa reconhecer a singularidade de cada indivíduo, valorizar as diferentes formas de conhecimento e experiência, e promover um diálogo aberto e horizontal entre professores e alunos.
Em vez de impor um modelo único de sucesso, a universidade deve oferecer um espaço de experimentação e aprendizado, onde os estudantes se sintam à vontade para questionar, criticar e propor novas ideias. A terapia ocupacional pode ajudar a criar esse ambiente, promovendo a autonomia, a participação e o senso de comunidade.
## Desafios e Perspectivas Futuras
É claro que a “descolonização” da universidade não é uma tarefa fácil. Envolve enfrentar resistências, questionar tradições arraigadas e construir novas formas de relacionamento. Mas os benefícios são enormes: uma universidade mais justa, inclusiva e que valorize a saúde mental de todos os seus membros.
O estudo chileno nos mostra que é possível construir espaços de acolhimento e convivência comunitária, onde os estudantes se sintam seguros para expressar suas dificuldades e construir soluções coletivas. A terapia ocupacional, com sua abordagem holística e focada nas atividades cotidianas, pode ser uma ferramenta poderosa para transformar a experiência universitária e promover o bem-estar de todos.
Que tal começarmos essa transformação agora? Compartilhe este artigo com seus amigos, colegas e professores, e vamos juntos construir uma universidade mais humana e acolhedora.
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**Categorias:** Saúde Mental, Terapia Ocupacional, Educação, Bem-Estar Estudantil, Saúde Universitária