A paralisia cerebral (PC) impõe desafios significativos para crianças e suas famílias, restringindo a participação em atividades diárias e aumentando a dependência de cuidadores. Em Blantyre, Malawi, um estudo explorou os fatores que influenciam a adesão ao tratamento fisioterapêutico, tanto em clínicas quanto em programas domiciliares. Compreender esses fatores é crucial para otimizar o suporte oferecido e melhorar a qualidade de vida das crianças com PC.
A pesquisa identificou facilitadores importantes para a adesão ao tratamento. A fé religiosa, por exemplo, surge como um ponto de apoio para muitas famílias, influenciando positivamente a participação nas terapias. Além disso, a observação de melhoras no quadro clínico da criança serve como um incentivo poderoso, reforçando a importância da continuidade do tratamento. O relacionamento terapêutico, estabelecido entre fisioterapeuta e cuidador, também se mostrou fundamental, com o suporte e a motivação do profissional desempenhando um papel crucial.
No entanto, o estudo também revelou barreiras significativas que dificultam a adesão. A situação econômica precária é um obstáculo constante, limitando o acesso a recursos e serviços. A falta de tempo, muitas vezes associada às responsabilidades diárias dos cuidadores, impede a participação regular nas sessões de fisioterapia e a implementação dos exercícios em casa. A ausência de apoio familiar e a discriminação enfrentada por crianças com PC e suas famílias também contribuem para a diminuição da adesão ao tratamento. Para superar esses desafios, é essencial fortalecer o vínculo entre terapeutas e cuidadores, expandir a equipe de reabilitação e promover programas de conscientização comunitária para reduzir o estigma associado à paralisia cerebral.
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