Um estudo recente investigou a ligação entre diferentes tipos de parto prematuro e o risco de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças. O nascimento prematuro, definido como o nascimento antes de 37 semanas de gestação, pode ocorrer de forma espontânea (parto prematuro espontâneo – SPTE) ou por intervenção médica, quando os médicos optam por induzir o parto antes do tempo previsto (parto prematuro indicado – PTBI) para garantir cuidados intensivos ao recém-nascido. A pesquisa buscou determinar se existe uma diferença no risco de TEA entre crianças nascidas de SPTE e PTBI, em comparação com aquelas nascidas a termo.
Os pesquisadores analisaram dados de prontuários eletrônicos de saúde de mães que tiveram gestações únicas entre 2010 e 2021, cruzando essas informações com os dados de saúde de seus filhos, totalizando 337.868 pares mãe-filho. Os resultados mostraram que tanto o SPTE quanto o PTBI estão associados a um risco significativamente maior de diagnóstico de TEA na criança. Surpreendentemente, o efeito parece ser ainda mais forte no caso do PTBI. Foi observado que essa tendência se mantém tanto para meninos quanto para meninas, em nascimentos prematuros tardios e precoces, e em todos os grupos raciais, com exceção de indivíduos negros não hispânicos, onde não foi detectada nenhuma associação entre PTBI ou SPTE e TEA.
Em conclusão, o estudo sugere que tanto o parto prematuro espontâneo quanto o parto prematuro por indicação médica aumentam o risco de TEA na prole, embora o efeito possa ser mais pronunciado no caso do PTBI. Essa diferença pode refletir as diferentes causas subjacentes dos dois tipos de parto prematuro. A ausência de associação entre qualquer um dos subtipos de parto prematuro e o diagnóstico de TEA em negros não hispânicos sugere que a raça ou etnia pode influenciar esse risco. Mais pesquisas são necessárias para entender completamente os mecanismos por trás dessa associação e para identificar estratégias de prevenção e intervenção mais eficazes.
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