O intestino desempenha um papel crucial na manutenção da homeostase do corpo, abrigando uma comunidade microbiana vasta e dinâmica, conhecida como microbiota intestinal. Esta microbiota, que se desenvolve desde o nascimento, está envolvida em processos fisiológicos essenciais, incluindo o desenvolvimento do sistema nervoso central através do eixo microbiota-cérebro. Alterações nessa comunidade podem levar a sérios problemas de saúde, incluindo distúrbios no neurodesenvolvimento.
Estudos recentes têm demonstrado a importância da microbiota intestinal na evolução de doenças do neurodesenvolvimento em crianças. A utilização de terapias que estimulam e restauram a microbiota, como probióticos e prebióticos, tem se mostrado promissora no alívio de alguns sintomas associados a condições como Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno de Tic, Síndrome de Tourette, epilepsia e Síndrome de Down. Estas abordagens visam modular a composição e a função da microbiota, impactando positivamente a saúde geral e o desenvolvimento neurológico das crianças.
Considerando os desafios associados à administração de medicamentos em crianças e a escassez de formulações pediátricas adequadas, pesquisadores têm se dedicado ao desenvolvimento de novos sistemas de entrega de fármacos. Sistemas lipossomais e nanopartículas lipídicas sólidas têm demonstrado segurança e eficácia na entrega de medicamentos para diversas condições pediátricas, indicando seu potencial para a administração de terapias que modulam a microbiota. Essa abordagem inovadora visa otimizar a absorção e a biodisponibilidade dos medicamentos, garantindo um tratamento mais eficaz e adaptado às necessidades específicas das crianças.
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