A disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) é mais comum em pacientes com depressão do que na população geral, de acordo com recentes estudos. Essa disfunção parece estar intimamente ligada a sintomas como retardo psicomotor, adinamia (fraqueza), agitação e anedonia (incapacidade de sentir prazer). Compreender essa relação é crucial para um diagnóstico mais preciso e um tratamento mais eficaz da depressão, especialmente em mulheres.
Uma pesquisa avaliou a associação entre os níveis de cortisol, características clínicas da depressão, o tipo nosológico e a resposta terapêutica em pacientes do sexo feminino. Os resultados indicaram que a ausência de inibição do cortisol no teste de supressão com baixa dose de dexametasona (LDDST) pode ser um marcador laboratorial confiável de um estado depressivo com menor probabilidade de cura. Além disso, a resistência absoluta ao tratamento da depressão demonstrou estar associada à disfunção do eixo HPA.
Em pacientes com hipercortisolemia (níveis elevados de cortisol), foi mais provável o diagnóstico de esquizofrenia paroxismal em comparação com pacientes com níveis normais de cortisol. A avaliação psicométrica revelou que pacientes com hipercortisolemia apresentavam escores significativamente mais altos de retardo psicomotor. Por outro lado, pacientes com resultados negativos no LDDST demonstraram maior agitação e adinamia. A anedonia também se mostrou mais presente em pacientes com ritmo circadiano anormal na secreção de cortisol. Esses achados reforçam a importância de se considerar a avaliação hormonal na abordagem da depressão, visando a identificar subtipos e direcionar estratégias de tratamento mais personalizadas e eficazes.
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