A tecnologia digital apresenta um futuro promissor na identificação e no acompanhamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Uma pesquisa recente explora o uso de ferramentas digitais automatizadas, que empregam a interação baseada em avatares, como um método eficaz para diferenciar crianças com desenvolvimento típico daquelas com risco de TEA. O estudo foca na validação da chamada ‘equação da mídia’, que pressupõe que crianças com TEA interagem em ambientes digitais de maneira similar à interação face a face.
O estudo analisou o comportamento de 20 meninos com TEA em cinco situações distintas, representando uma hierarquia de mediação progressiva: interação face a face, videochamada (Facetime), avatar em tempo real, vídeo pré-gravado e avatar pré-gravado. Os resultados indicaram uma equivalência considerável entre todas as condições analisadas. Um dado relevante foi que a mediana de respostas verbais relacionadas à conversação se manteve em torno de 5 em todas as situações. Este achado sugere que o ambiente digital, mediado por avatares, pode replicar a experiência de uma interação real para crianças com TEA.
Esses resultados têm implicações significativas para a prática clínica. A utilização de avatares e ferramentas digitais pode facilitar a triagem e o diagnóstico precoce do TEA, especialmente em contextos onde o acesso a profissionais especializados é limitado. A possibilidade de interagir em um ambiente digital seguro e controlado pode reduzir a ansiedade e o desconforto frequentemente associados a interações sociais para crianças com TEA. Além disso, a tecnologia pode oferecer oportunidades inovadoras para o desenvolvimento de habilidades sociais e de comunicação, promovendo uma maior inclusão e qualidade de vida para indivíduos com TEA.
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