A dor musculoesquelética é uma queixa comum entre trabalhadores, frequentemente levando ao absenteísmo e à redução da produtividade. Buscando alternativas inovadoras para o manejo dessa condição, pesquisadores têm explorado o potencial de aplicativos móveis como ferramentas de intervenção. Um estudo piloto recente investigou o impacto de um aplicativo projetado para auxiliar funcionários com dor musculoesquelética, focando na redução do medo relacionado à dor e na promoção de estratégias de enfrentamento ativas.
O estudo envolveu 66 funcionários de um hospital universitário belga, todos sofrendo de dor musculoesquelética por pelo menos seis semanas. Durante 24 semanas, os participantes utilizaram o aplicativo, que oferecia módulos interativos, recomendações em tempo real e recursos de definição de metas, com o objetivo de reduzir percepções negativas sobre a dor e incentivar hábitos saudáveis. Os resultados indicaram uma redução significativa na tendência ao catastrofismo em relação à dor, especialmente entre aqueles com pontuações iniciais mais altas. No entanto, não foram observadas mudanças significativas nas crenças de evitação do medo ou na intensidade da dor, embora a experiência individual tenha variado consideravelmente.
Apesar do potencial demonstrado, o estudo também revelou limitações importantes. A análise qualitativa apontou que o sucesso do aplicativo foi prejudicado por escolhas de conteúdo e design que não consideraram adequadamente a diversidade dos ambientes de trabalho e a rotina agitada dos funcionários. Além disso, vieses cognitivos e ambientes de trabalho pouco favoráveis dificultaram a implementação eficaz da intervenção. Os resultados sugerem que, embora aplicativos possam ser úteis, intervenções digitais isoladas podem não ser suficientes para indivíduos com necessidades mais complexas. Abordagens combinadas, integradas a ambientes de trabalho de apoio, podem ser essenciais para otimizar a eficácia e promover a participação sustentável no trabalho.
Origem: Link