A visualização motora, ou MI (do inglês Motor Imagery), é um processo cognitivo que envolve imaginar a execução de um movimento sem realmente realizá-lo. Pesquisas anteriores sugerem que, em indivíduos não autistas, as áreas cerebrais ativadas durante a MI são semelhantes às ativadas durante a execução real do movimento. No entanto, a compreensão e utilização da MI em adultos autistas ainda não são totalmente claras.
Um estudo recente investigou a compreensão da MI, o uso prévio dessa técnica e as experiências subjetivas durante a MI em um grupo de 20 adultos autistas e um grupo de 20 adultos não autistas. Os participantes responderam a perguntas sobre sua compreensão e engajamento na MI e completaram um questionário avaliando a vivacidade das imagens mentais (KVIQ). Os resultados revelaram que, embora não houvesse diferenças significativas na compreensão da MI entre os grupos, os participantes não autistas relataram um uso mais frequente da MI em suas vidas diárias. Além disso, o grupo autista tendeu a relatar imagens menos vívidas no KVIQ.
É importante ressaltar que as experiências durante a MI variaram amplamente em ambos os grupos. Alguns participantes relataram imagens e sensações vívidas e intensas, enquanto outros tiveram dificuldade em imaginar qualquer movimento. Essa variabilidade sugere que, embora alguns indivíduos autistas sejam capazes de se envolver na MI, suas habilidades e experiências podem variar consideravelmente, assim como acontece com seus pares não autistas. Esses achados têm implicações importantes para o desenvolvimento de intervenções baseadas em MI destinadas a melhorar a coordenação motora em pessoas com autismo, destacando a necessidade de abordagens individualizadas e adaptadas às necessidades de cada indivíduo. A compreensão dessas diferenças pode otimizar a eficácia de terapias que utilizam a visualização motora como ferramenta de reabilitação e aprendizado motor.
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