A poluição do ar, especialmente a presença de partículas finas como o PM10, tem sido associada a diversos problemas de saúde, principalmente em crianças. Um estudo recente investigou a relação entre a exposição ao PM10 e as internações hospitalares por doenças respiratórias agudas em crianças que vivem em cidades conurbadas do Vale do Paraíba, em São Paulo: Taubaté, Tremembé e Pindamonhangaba.
A pesquisa, que analisou dados de internações entre 2016 e 2019, revelou uma associação significativa entre a exposição ao PM10 e o aumento das hospitalizações. Foram identificadas 1.291 internações no período, com custos totais estimados em cerca de US$ 800.000. O estudo utilizou dados do DATASUS para informações sobre internações e dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) para os níveis de PM10, temperatura e umidade do ar. A análise estatística foi realizada através de regressão binomial negativa.
Os resultados destacam a importância de políticas públicas que visem a redução da poluição do ar, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas. A exposição ao PM10, mesmo em níveis considerados dentro dos padrões, pode ter efeitos prejudiciais à saúde respiratória infantil, levando a um aumento significativo nos custos com hospitalizações. A pesquisa conclui que estudos em cidades conurbadas são aplicáveis e reforçam o papel nocivo da poluição do ar na saúde infantil. Além disso, o estudo estimou que o excesso de hospitalizações (135) representou um gasto adicional de aproximadamente US$ 80.000,00. Estes números servem de alerta para a necessidade de investimentos em medidas preventivas e de controle da poluição atmosférica para proteger a saúde das crianças.
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