Compreender a intrincada rede de sintomas psiquiátricos e suas inter-relações é crucial para aprimorar modelos de diagnóstico e tratamento em saúde mental. Um estudo recente introduziu novas ferramentas analíticas para investigar como a arquitetura da psicopatologia difere entre subgrupos com distintas etiologias, um conhecimento fundamental para a medicina personalizada.
A pesquisa aplicou uma extensa bateria de questionários a um grupo de 300 indivíduos, com idades entre 5 e 25 anos, incluindo participantes com síndrome XXY/Klinefelter (KS), síndrome XYY e um grupo controle XY. O objetivo foi caracterizar a estrutura de correlações entre 53 medidas diversas de psicopatologia, comparando os efeitos da dosagem dos cromossomos X e Y na arquitetura da psicopatologia em diferentes níveis. Os resultados revelaram que as matrizes de correlação comportamental descrevem a arquitetura da psicopatologia em cada síndrome, destacando diferenças importantes na forma como os sintomas se manifestam e se relacionam.
A comparação das médias das linhas das matrizes revelou que características relacionadas ao autismo e sintomas externalizantes apresentaram as maiores diferenças de acoplamento com outros aspectos da psicopatologia entre os grupos XXY/KS e XYY. A análise de agrupamento das diferenças entre as matrizes identificou diferenças coordenadas nas relações entre medidas de psicopatologia: a síndrome XXY/KS aumenta a coerência entre características externalizantes, internalizantes e relacionadas ao autismo, enquanto a síndrome XYY demonstra maior coerência na dissocialidade e no comprometimento do neurodesenvolvimento precoce. Em suma, esses novos métodos oferecem insights valiosos sobre os efeitos da dosagem dos cromossomos X e Y no comportamento, com potencial para refinar modelos mecanicistas e personalizar o cuidado em saúde mental.
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