A criptorquidia, ou testículo não descido, é uma condição em que um ou ambos os testículos não descem para a bolsa escrotal durante o desenvolvimento fetal. Um estudo recente realizado em uma instituição terciária avaliou os tempos de encaminhamento e tratamento de pacientes com criptorquidia, revelando informações importantes sobre a necessidade de melhorias nos processos de diagnóstico e intervenção.
A pesquisa, que revisou retrospectivamente casos tratados entre 1992 e 2021, analisou dados demográficos e clínicos de 350 pacientes. Os resultados mostraram que a idade média de encaminhamento foi de 47,3 meses, com uma grande maioria (72,5%) sendo encaminhada após os 18 meses de idade, período considerado tardio pelas diretrizes internacionais. Apenas uma pequena porcentagem das cirurgias (orquidopexias) foi realizada antes dos 12 meses de idade (12,8%), com a maioria ocorrendo após os 60 meses. O estudo também apontou que o ultrassom foi solicitado em menos de 20% dos casos, indicando uma possível subutilização desse importante método de diagnóstico.
Os autores do estudo concluem que a idade média de diagnóstico e tratamento da criptorquidia está acima do recomendado pelas diretrizes internacionais. Essa constatação destaca a importância de aprimorar as práticas de encaminhamento, tanto na comunidade médica quanto na não médica, para garantir que as crianças recebam o tratamento adequado o mais cedo possível. A detecção precoce e a correção cirúrgica oportuna são cruciais para minimizar os riscos de complicações a longo prazo, como infertilidade e aumento do risco de câncer testicular. É fundamental que pais e cuidadores estejam atentos aos sinais e procurem orientação médica caso observem a ausência de um ou ambos os testículos na bolsa escrotal. A conscientização sobre a criptorquidia e a importância do tratamento precoce são passos essenciais para garantir a saúde e o bem-estar dos meninos afetados por essa condição.
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