A comunicação humana é rica e multifacetada, transcendendo a simples troca de palavras. Utilizamos diversos meios para expressar nossos pensamentos e sentimentos, como a linguagem falada, gestos, escrita e movimentos corporais. Essa interação multimodal, ou incorporada, ganha ainda mais relevância quando consideramos indivíduos que utilizam a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA).
Para pessoas com deficiências intelectuais e de desenvolvimento (DID) que dependem de dispositivos de CAA, a expressão linguística de respostas pode ser limitada a seleções binárias de “sim” e “não”, muitas vezes transmitidas de forma robótica. No entanto, um estudo recente lança luz sobre a capacidade expressiva da comunicação corporal, mesmo na ausência de tecnologia. A pesquisa acompanhou uma jovem com DID durante uma tarefa interativa, onde, sem acesso ao seu dispositivo de CAA, ela utilizou movimentos corporais sutis para comunicar confirmação e rejeição a perguntas.
A análise detalhada dessas interações revelou que, apesar de suas limitações físicas e de comunicação, a participante conseguiu coordenar seus movimentos corporais para fornecer respostas matizadas. Este estudo destaca a importância de reconhecer e valorizar a expressividade da comunicação incorporada, especialmente em indivíduos que utilizam CAA. As implicações para clínicos e parceiros de comunicação são significativas, enfatizando a necessidade de observar e interpretar os sinais corporais como parte integrante do processo comunicativo, enriquecendo a compreensão e promovendo uma interação mais autêntica e eficaz no contexto da saúde e bem-estar.
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