A reabilitação neurológica pediátrica se beneficia significativamente de terapias de alta intensidade. No entanto, a medição da intensidade terapêutica, considerando seus diversos aspectos, ainda representa um desafio. Um estudo recente buscou aprimorar a compreensão sobre como avaliar a intensidade durante a neuroreabilitação de membros superiores em crianças e adolescentes.
O estudo investigou como a variabilidade da frequência cardíaca (VFC), a condutância da pele (SC), a contagem de atividades, as repetições de movimento normalizadas para a capacidade máxima (%ACmax e %MOVmax, respectivamente) e a escala NASA-TLX respondem a diferentes níveis de intensidade mental e motora durante o uso de exergames desenvolvidos especificamente para membros superiores. Participaram crianças e adolescentes em desenvolvimento típico, que realizaram um exergame mental e um motor, cada um com três níveis de intensidade personalizada: ‘muito fácil’, ‘desafiador’ e ‘muito difícil’. Os pesquisadores analisaram as respostas das medidas para cada nível de intensidade e exergame.
Os resultados mostraram que a VFC, %ACmax e %MOVmax responderam ao aumento da intensidade motora. A condutância da pele não apresentou resposta significativa às variações de intensidade mental ou motora. A escala NASA-TLX respondeu ao aumento da intensidade motora, mas apenas parcialmente ao aumento da intensidade mental. Além disso, a idade demonstrou ter efeitos significativos apenas sobre o %MOVmax. A conclusão do estudo aponta que mensurar as mudanças na intensidade mental é mais complexo do que mensurar as mudanças na intensidade motora. A combinação de diferentes medidas, como VFC, %ACmax e a escala NASA-TLX, pode ser uma estratégia mais eficaz para avaliar a intensidade da terapia de forma multidimensional. Estudos futuros são necessários para determinar as respostas dessas medidas e suas propriedades psicométricas no grupo-alvo, para confirmar seu potencial na otimização da reabilitação infantil.
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