A pesquisa epigenética tem avançado significativamente nos últimos anos, mas a capacidade de explorar o cérebro humano em nível celular ainda enfrenta desafios. Um dos principais obstáculos reside na dificuldade de isolar populações neuronais específicas de tecido post-mortem, especialmente os interneurônios. Estes desempenham um papel crucial em diversos transtornos psiquiátricos, tornando seu estudo fundamental.
Um novo estudo apresenta um protocolo prático e reprodutível para isolar interneurônios GAD-positivos de amostras de cérebro humano. O método permite isolar estruturas do tipo celular permeabilizadas, adequadas para análises epigenéticas subsequentes. Para garantir a especificidade do isolamento, as células obtidas são validadas por comparação com interneurônios derivados de células iPSCs humanas (células-tronco pluripotentes induzidas). Esta abordagem possibilita a extração de DNA de alta qualidade, apropriado para análises epigenéticas detalhadas, incluindo PCR específica para metilação.
Ao direcionar um subtipo neuronal bem definido, esse método inovador oferece uma base sólida para investigar as alterações moleculares associadas a condições como esquizofrenia e autismo. O protocolo abre novas perspectivas para investigações específicas em tecido cerebral, representando um avanço crucial na compreensão de como os mecanismos epigenéticos contribuem para a fisiopatologia neuropsiquiátrica. A capacidade de analisar interneurônios isolados com precisão pode revelar detalhes importantes sobre as causas e progressão destas condições, pavimentando o caminho para tratamentos mais eficazes.
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