Autismo e Exposição ao Chumbo: Descobertas Proteômicas Revelam Novas Pistas

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição complexa de neurodesenvolvimento, influenciada por múltiplos fatores. Estudos recentes têm demonstrado uma ligação crescente entre a exposição ao chumbo (Pb) e o risco de desenvolver TEA. No entanto, os mecanismos moleculares exatos que explicam essa relação ainda não são totalmente compreendidos. Uma pesquisa recente investigou esses mecanismos em um modelo experimental.

O estudo envolveu a criação de um modelo de camundongos expostos ao chumbo no período pós-natal. Os pesquisadores avaliaram comportamentos semelhantes aos observados no TEA, utilizando testes de interação social e de enterramento de bolinhas de gude. Além disso, quantificaram os níveis de chumbo no sangue e no hipocampo dos animais, analisando também as alterações morfológicas nos neurônios do hipocampo. A proteômica quantitativa foi utilizada para identificar as proteínas que apresentaram alterações significativas após a exposição ao chumbo.

Os resultados revelaram que os camundongos expostos ao chumbo exibiram comportamentos associados ao autismo, como redução na interação social e preferência por novidades, juntamente com um aumento no comportamento repetitivo de enterramento de bolinhas. Os níveis de chumbo estavam significativamente elevados no sangue e no hipocampo dos animais tratados. A exposição ao chumbo no período pós-natal também resultou em uma diminuição no número de neurônios e em uma desorganização neuronal no hipocampo. A análise proteômica identificou 66 proteínas com expressão alterada após a exposição ao chumbo, com a desregulação da sinalização sináptica, ativação anormal da apoptose neuronal e neuroinflamação. A via de sinalização SYT10/IGF-1 pode desempenhar um papel fundamental nesses processos. Esses achados fornecem *insights* importantes sobre os mecanismos pelos quais a exposição ao chumbo pode contribuir para o desenvolvimento de comportamentos associados ao autismo, oferecendo novas perspectivas para a compreensão da etiologia do TEA.

Origem: Link

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima