Um estudo recente investigou a possível relação entre dor crônica (DC) e Transtorno do Espectro Autista (TEA) sob uma nova perspectiva: a genética. Embora pesquisas anteriores tenham sugerido uma coexistência dessas condições, a natureza dessa ligação permanecia obscura. Para desvendar essa questão, pesquisadores utilizaram uma técnica chamada Randomização Mendeliana (RM), que analisa dados genéticos para identificar relações causais.
A RM funciona como um experimento natural, usando variações genéticas como ferramentas para determinar se uma condição influencia diretamente outra. Neste caso, os cientistas examinaram dados genéticos de larga escala tanto para dor crônica quanto para TEA, buscando padrões que indicassem se a predisposição genética para um influenciava o outro. Surpreendentemente, os resultados não encontraram evidências de uma relação causal direta entre a predisposição genética à dor crônica e o desenvolvimento de TEA, e vice-versa.
Essa descoberta sugere que, embora a dor crônica e o TEA possam frequentemente ocorrer juntos, essa comorbidade pode ser resultado de mecanismos biológicos compartilhados, e não de uma influência direta de um sobre o outro. Em outras palavras, fatores genéticos que aumentam o risco de desenvolver ambas as condições podem existir, levando à sua coexistência, mas sem que um cause diretamente o outro. A pesquisa destaca a necessidade de explorar esses mecanismos compartilhados para desenvolver abordagens terapêuticas mais eficazes para indivíduos que enfrentam tanto a dor crônica quanto o TEA. Estudos futuros poderão focar em identificar esses genes e vias biológicas comuns, abrindo caminho para tratamentos mais direcionados e personalizados.
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