Ventilação Oscilatória de Alta Frequência com Volume Alvo em Prematuros: Uma Revisão Sistemática
A ventilação oscilatória de alta frequência (VOAF) é uma técnica utilizada em bebês prematuros que necessitam de suporte respiratório. Uma variação dessa técnica, a VOAF com volume alvo (VT), busca otimizar a entrega de ar aos pulmões, com o objetivo de reduzir complicações e melhorar os resultados clínicos. Uma revisão sistemática recente analisou os efeitos da VOAF com VT em comparação com a VOAF convencional em recém-nascidos prematuros com menos de 44 semanas de idade corrigida.
A revisão incluiu dados de 260 bebês prematuros, provenientes de dois estudos cruzados e quatro estudos de coorte. Os pesquisadores avaliaram diversos resultados, como a variabilidade do volume corrente (VThf), a variabilidade da amplitude e da pressão parcial de dióxido de carbono (PCO2), a ocorrência de episódios de hipoxemia (baixos níveis de oxigênio no sangue), hipocarbia (baixo nível de dióxido de carbono no sangue) ou hipercarbia (alto nível de dióxido de carbono no sangue), a duração da ventilação mecânica, as taxas de displasia broncopulmonar (DBP) ou hemorragia intraventricular (HIV) e a mortalidade. Devido às diferenças nos desenhos dos estudos e à incompleteza dos dados, não foi possível realizar uma meta-análise estatística completa.
Os resultados dos estudos incluídos sugerem que a VOAF com VT pode diminuir a variabilidade do VThf e a incidência de hipocarbia e hipercarbia. Os achados sobre a incidência de hipoxemia e a duração da ventilação mecânica foram mistos. Dois estudos não encontraram diferenças nas taxas de DBP, enquanto um observou maior sobrevida sem DBP graus 2-3 com o uso da VOAF com VT. Os resultados relacionados à HIV, leucomalácia e mortalidade foram semelhantes entre os grupos. Em conclusão, a adição do volume alvo à VOAF pode trazer benefícios ao reduzir a variabilidade do volume corrente e a ocorrência de distúrbios nos níveis de dióxido de carbono. No entanto, os autores enfatizam a necessidade de ensaios clínicos randomizados para comparar os resultados clínicos das duas estratégias ventilatórias de forma mais robusta e definitiva. É fundamental que pesquisas futuras confirmem esses achados e esclareçam o papel da VOAF com VT no tratamento de bebês prematuros com problemas respiratórios.
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