Sepsis Neonatal Precoce: Observação Clínica versus Fatores de Risco
A sepsis neonatal precoce (SEP) é uma condição grave que afeta recém-nascidos, e a identificação rápida e precisa é crucial para um tratamento eficaz. Um estudo recente comparou duas abordagens para identificar bebês com risco de SEP: a observação clínica e a avaliação de fatores de risco perinatais. O objetivo era determinar qual abordagem resulta em menos testes laboratoriais e uso de antibióticos, sem comprometer a detecção da SEP.
A abordagem baseada em fatores de risco perinatais envolve a identificação de condições como parto prematuro, ruptura prolongada de membranas ou febre materna durante o trabalho de parto. Bebês com esses fatores de risco são frequentemente submetidos a exames laboratoriais e, em muitos casos, recebem antibióticos de forma empírica, ou seja, antes mesmo da confirmação da infecção. Já a abordagem baseada na observação clínica foca na avaliação dos sinais e sintomas do bebê, como dificuldade para respirar, letargia ou irritabilidade. A decisão de realizar exames e iniciar o tratamento é baseada na presença e gravidade desses sinais.
O estudo revelou que a abordagem da observação clínica resultou em uma diminuição significativa nos testes laboratoriais e no uso de antibióticos em comparação com a abordagem dos fatores de risco. Surpreendentemente, essa redução não impactou a incidência de SEP confirmada por cultura. Isso sugere que a observação clínica criteriosa pode ser uma alternativa eficaz para identificar bebês que realmente necessitam de intervenção, evitando o excesso de exames e o uso desnecessário de antibióticos, o que pode contribuir para o desenvolvimento de resistência bacteriana. Mais pesquisas são necessárias para identificar os sinais clínicos mais preditivos de SEP e para sistematizar a avaliação dos recém-nascidos, garantindo que todos os bebês recebam o cuidado adequado.
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