Hipotireoidismo Congênito: Triagem Neonatal em Minas Gerais Após 28 Anos
O hipotireoidismo congênito (HC) é uma condição tratável, mas que, se não diagnosticada e tratada precocemente, pode levar a sérias consequências para o desenvolvimento neurológico do bebê. Em Minas Gerais, o Programa de Triagem Neonatal (PTN-MG) monitora a incidência dessa condição desde 1994, buscando identificar e tratar os casos o mais rápido possível.
Um estudo retrospectivo avaliou os resultados do programa ao longo de 28 anos, analisando dados de mais de 6,8 milhões de recém-nascidos. Os resultados mostram que a incidência de HC se manteve relativamente estável em cerca de 1 caso a cada 3.298 nascidos vivos. Mais importante, o estudo demonstrou uma significativa melhora no tempo de diagnóstico e início do tratamento. A idade mediana para coleta da amostra de sangue diminuiu de 11 para 5 dias, enquanto o tempo para o início do tratamento caiu drasticamente de 88 para apenas 16 dias. Essa agilidade é crucial para minimizar os riscos de sequelas.
O estudo também analisou as causas do hipotireoidismo congênito nos casos confirmados. Aproximadamente 77% dos casos foram classificados como permanentes, sendo a disgenesia tireoidiana (malformação da glândula tireoide) a causa mais comum (43,6%), seguida pela glândula tireoide presente no local incorreto (gland-in-situ, 56,3%). Os resultados reforçam a importância da triagem neonatal para o hipotireoidismo congênito e destacam o sucesso do PTN-MG em Minas Gerais. O monitoramento rigoroso e o acompanhamento dos bebês são estratégias essenciais para garantir resultados satisfatórios e um futuro mais saudável para as crianças.
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