Doença do Pâncreas Gorduroso em Adolescentes: Um Alerta para a Saúde
A Doença do Pâncreas Gorduroso Não Alcoólica (DPGNA) é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no pâncreas, em indivíduos que não consomem álcool em excesso. Essa condição, aparentemente silenciosa, pode levar a sérias complicações metabólicas, incluindo diabetes tipo 2, pancreatite aguda e crônica, e até mesmo aumentar o risco de carcinoma pancreático. Um estudo recente investigou a prevalência da DPGNA e sua relação com medidas antropométricas em um grupo de adolescentes chilenos.
A pesquisa, que analisou dados de quase 750 adolescentes participantes do “Growth and Obesity Chilean Cohort Study” (GOCS), revelou que 4% dos participantes apresentavam sinais de pâncreas gorduroso em exames de ultrassonografia. Os adolescentes com DPGNA apresentaram valores significativamente mais altos em diversos indicadores, como o escore Z do Índice de Massa Corporal (IMC), a circunferência da cintura, a relação cintura-estatura e o índice triponderal, além de maiores níveis de gordura subcutânea e visceral. A pressão arterial sistólica e diastólica também se mostraram mais elevadas nesses indivíduos, especialmente entre os meninos. Um achado importante foi a forte associação entre DPGNA e esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado), com uma prevalência muito maior de esteatose hepática no grupo com DPGNA.
Após ajustes para sexo e IMC, a associação entre DPGNA e circunferência da cintura, bem como com a esteatose hepática, permaneceu estatisticamente significativa. Isso sugere que a obesidade abdominal e a saúde do fígado desempenham papéis cruciais no desenvolvimento da doença do pâncreas gorduroso em adolescentes. A alta prevalência de DPGNA em adolescentes e sua associação com fatores de risco metabólicos sublinham a importância da prevenção da obesidade e da promoção de hábitos de vida saudáveis desde a infância. A identificação precoce da DPGNA, através de exames de imagem, pode ser fundamental para implementar intervenções que visem reduzir o risco de complicações a longo prazo e melhorar a saúde metabólica desses jovens. O estudo reforça a necessidade de monitorar não apenas o IMC, mas também a circunferência da cintura e a saúde do fígado em adolescentes, como parte de uma abordagem abrangente para a prevenção de doenças metabólicas.
Origem: Link