Saúde Desvendada

Seu local de informações de saúde

Um estudo recente lançado pela revista *Autism Research* investigou profundamente as experiências de mulheres adultas autistas, um grupo frequentemente sub-representado nas pesquisas sobre autismo. Tradicionalmente, a pesquisa tem focado na identificação e intervenção precoce, além de enfrentar desafios com critérios de participação restritivos e variações nas taxas de diagnóstico entre os sexos. Este novo estudo buscou caracterizar uma coorte de 1424 mulheres autistas, analisando diversos aspectos de suas vidas.

A pesquisa abordou desde dados demográficos até relacionamentos, educação, emprego, renda, bem-estar e a ocorrência de condições psiquiátricas coexistentes. Um dos pontos cruciais foi a comparação entre mulheres diagnosticadas na infância e aquelas que receberam o diagnóstico na vida adulta. Os resultados revelaram que a idade média de diagnóstico para o primeiro grupo foi de 9,6 anos, enquanto para o segundo foi de 31,8 anos. Um dado interessante é que mais de 80% das participantes possuíam algum nível de educação superior, com um terço das diagnosticadas na idade adulta tendo concluído a graduação ou pós-graduação.

O estudo também revelou que mais da metade das participantes estavam empregadas, com uma maior proporção de mulheres diagnosticadas na vida adulta trabalhando em tempo integral (31,74%). Além disso, mais da metade eram casadas ou tinham um parceiro romântico. No entanto, a pesquisa também apontou para taxas significativas de comorbidades psiquiátricas, com mulheres diagnosticadas tardiamente apresentando maior probabilidade de sofrer de ansiedade (69,87%), depressão (61,79%), transtornos alimentares (17,28%) e uso de substâncias (8,85%). As taxas de ideação suicida (34%) e auto-mutilação (21%) foram consideradas altas na amostra total. A análise de regressão indicou que um diagnóstico tardio está associado a maiores problemas de internalização, externalização e uso de substâncias, além de uma menor percepção de pontos fortes pessoais. Apesar dos desafios, o estudo ressalta que muitas mulheres autistas alcançam resultados positivos e atingem marcos importantes na vida adulta, enfatizando a necessidade de tratamentos mais personalizados para atender às suas necessidades específicas.

Origem: Link

Deixe comentário