A tomografia por emissão de pósitrons (PET) tem se destacado como uma ferramenta de imagem crucial na investigação de transtornos psiquiátricos. Essa tecnologia permite a avaliação in vivo do metabolismo cerebral regional, da dinâmica de neurotransmissores, da ligação de receptores, da densidade sináptica e da neuroinflamação, oferecendo uma visão detalhada dos processos biológicos subjacentes a essas condições.
Em transtornos como esquizofrenia e depressão, a PET tem demonstrado consistentemente anormalidades metabólicas regionais, como o hipometabolismo pré-frontal, que está associado a sintomas negativos, disfunção cognitiva e resistência ao tratamento. Estudos recentes com PET funcional (fPET) possibilitaram o mapeamento dinâmico do metabolismo com alta resolução temporal, permitindo a avaliação de mudanças na atividade neuronal induzidas por estímulos. Além disso, traçadores PET específicos para receptores têm fornecido insights sobre a desregulação dopaminérgica, serotoninérgica, glutamatérgica e GABAérgica em diversos transtornos psiquiátricos.
A aplicação da PET não se restringe ao diagnóstico. Ela também desempenha um papel importante no monitoramento da resposta ao tratamento, incluindo intervenções farmacológicas e neuromodulatórias, como antidepressivos, eletroconvulsoterapia (ECT) e terapia cognitivo-comportamental (TCC). Apesar dos avanços, a integração da PET na prática clínica psiquiátrica ainda enfrenta desafios, como o alto custo e a necessidade de protocolos padronizados de aquisição e interpretação. No entanto, o desenvolvimento de novos radiofármacos, a utilização de inteligência artificial e a criação de bancos de dados de imagens normativas prometem facilitar a incorporação da PET na avaliação psiquiátrica de rotina e no planejamento terapêutico personalizado.
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