A síndrome pós-COVID, também conhecida como COVID Longo, tem sido um desafio significativo para a saúde pública, com muitos pacientes sofrendo de sintomas persistentes. Uma variedade de tratamentos tem sido proposta para aliviar esses sintomas, incluindo a terapia com oxigênio hiperbárico (TOHB). No entanto, a eficácia da TOHB no tratamento da COVID Longo tem sido objeto de debate.
Um estudo recente, publicado na revista Diving and Hyperbaric Medicine, investigou os efeitos da TOHB em pacientes com COVID Longo. O estudo randomizou 101 pacientes em quatro grupos de tratamento, cada um recebendo 10 sessões de ‘tratamento’ com oxigênio em uma câmara de pressão. Os grupos variaram em termos da concentração de oxigênio e da pressão dentro da câmara. Os pesquisadores avaliaram a qualidade de vida dos pacientes, sintomas, capacidade funcional e desempenho cognitivo antes e depois do tratamento, além de realizar um acompanhamento telefônico três meses após o tratamento.
Os resultados do estudo foram inesperados. Não houve diferenças significativas nos sintomas subjetivos, pontuações funcionais ou desempenho cognitivo entre os grupos de tratamento. Curiosamente, alguns pacientes, mesmo no grupo ‘placebo’ (recebendo ar normal na pressão normal), relataram uma melhora significativa em seu bem-estar, embora isso não se refletisse em nenhuma pontuação objetiva. Os autores concluíram que não houve efeito significativo das diferentes doses de oxigênio na câmara hiperbárica e que os modestos resultados reportados em outros estudos podem ser decorrentes do efeito placebo. Eles enfatizam a necessidade de mais investigações antes de prescrever ou promover indiscriminadamente a TOHB para COVID Longo. Este estudo levanta questões importantes sobre a eficácia de terapias alternativas e a importância de estudos controlados por placebo na avaliação de tratamentos médicos.
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