Um estudo recente investigou a ligação entre o risco genético para transtornos psiquiátricos e a manifestação de problemas comportamentais e emocionais em crianças em idade escolar. A pesquisa, publicada no Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, analisou dados de uma coorte espanhola, buscando identificar como a predisposição genética para condições como Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro Autista (TEA) e depressão pode influenciar o desenvolvimento psicológico infantil.
Os pesquisadores avaliaram mais de 4.700 crianças, com idades entre 5 e 18 anos, utilizando ferramentas como o Child Behavior Checklist (CBCL) e outros questionários respondidos por pais, professores e pelos próprios participantes. Através da análise de escores de risco poligênico (PRS) para diversos transtornos, foi possível observar associações significativas entre a predisposição genética e a ocorrência de problemas comportamentais e emocionais. Em particular, o risco genético para TDAH apresentou a correlação mais forte com uma ampla gama de desafios comportamentais, independentemente da fonte da informação (pais, professores ou a própria criança).
A pesquisa também revelou nuances importantes relacionadas ao sexo. Por exemplo, o risco genético para esquizofrenia demonstrou ter um impacto mais significativo em meninos do que em meninas, no que diz respeito aos relatos dos pais sobre o comportamento dos filhos. Esses achados sugerem que a interação entre predisposição genética e fatores ambientais pode se manifestar de maneira diferente em cada indivíduo. Compreender melhor essas relações complexas é crucial para o desenvolvimento de intervenções mais eficazes e personalizadas para crianças com problemas comportamentais e emocionais, com foco em abordagens transdiagnósticas que considerem a influência de múltiplos fatores de risco.
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