A instabilidade glenoumeral, uma condição que afeta a articulação do ombro, pode levar a padrões de movimento compensatórios e fadiga muscular. Um estudo recente investigou a atividade de músculos importantes do ombro, como o trapézio superior, deltoide lateral e anterior, e bíceps braquial, em pacientes com essa instabilidade. O objetivo principal foi analisar como esses músculos se comportam durante movimentos específicos e como a fadiga fisiológica pode ser estimada usando o Teste T-Fast.
O estudo, realizado com 38 adultos com instabilidade glenoumeral, utilizou eletromiografia de superfície para avaliar a atividade elétrica dos músculos do ombro. Essa técnica permite medir o tempo de ativação e a frequência média de alteração muscular. Além disso, sensores inerciais foram empregados durante o Teste T-Fast para coletar dados sobre parâmetros cinemáticos, como velocidade e aceleração dos movimentos. Os resultados revelaram padrões alterados na atividade muscular, com um atraso médio de 1,48 segundos na ativação e um valor médio de fadiga de 18,1%.
Uma relação significativa foi encontrada entre a mudança na frequência média do trapézio superior durante a flexão e a velocidade angular no eixo Y durante o Teste T-Fast de 30 segundos. Da mesma forma, a mudança na frequência média do deltoide lateral durante a abdução se correlacionou com a aceleração linear no eixo Z durante os testes de 30 e 120 segundos, e com a velocidade angular no eixo Y durante o teste de 120 segundos. Esses achados destacam a importância de compreender os padrões de atividade muscular e a fadiga em pacientes com instabilidade glenoumeral, e a utilidade de sensores inerciais na estimativa da fadiga fisiológica. Pesquisas futuras poderão determinar um ponto de corte para a fadiga, auxiliando na estratificação da população com essa condição.
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