Doenças respiratórias representam uma das principais causas de morbidade e mortalidade em adultos com paralisia cerebral (PC). Um estudo recente investigou os efeitos a longo prazo do treinamento muscular inspiratório (TMI) na melhora dos parâmetros respiratórios nesses pacientes. O objetivo principal era determinar a sustentabilidade dos benefícios obtidos com o TMI ao longo do tempo.
O estudo, um ensaio clínico randomizado, controlado e duplo-cego, envolveu 27 pacientes institucionalizados com PC. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um grupo de treinamento de alta intensidade (HIT), que se exercitou com uma carga de 40% da pressão inspiratória máxima (PIM), e um grupo de treinamento de baixa intensidade (LIT), com 20%. A força respiratória e a função pulmonar foram avaliadas durante todo o período do estudo.
Os resultados revelaram que, quatro semanas após o TMI, a maioria das melhorias persistiu. No entanto, após 12 semanas, apenas o grupo HIT manteve melhorias significativas (p = 0,001) na PIM. Após 24 semanas, no grupo HIT, a PIM estava 10% maior do que os resultados iniciais, enquanto os parâmetros de função pulmonar estavam 1% menores. No grupo LIT, a força respiratória e a função pulmonar estavam abaixo dos valores iniciais. Esses achados sugerem que os benefícios obtidos com o TMI diminuem com o tempo após o término do tratamento. Durante as primeiras quatro semanas pós-tratamento, os benefícios persistem, mas a partir da 12ª semana houve uma perda progressiva da melhora, atingindo uma perda total em 24 semanas. Para maior eficácia, o estudo sugere uma carga de PIM mais alta para o tratamento respiratório, que deve ser mantida ao longo do tempo, e as interrupções não devem ser superiores a quatro semanas. O estudo foi registrado no banco de dados de ensaios clínicos da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos (www.clinicaltrials.gov) com o número de registro NCT04915170.
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